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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Por que eu choro por Nice… , por Renato Rovai.


       O atentado em Nice ataca o coração das liberdades, como todos os atentados e todas as guerras.          








A França é mais uma vez vítima da barbárie. E como em todos ataques terroristas a países que estão ou estiveram na linha de frente de guerras absolutamente criminosas mundo afora haverá, no campo da esquerda, quem vai preferir relativizar o ocorrido.

Os mortos de Nice não valem mais do que os de Cabul ou Bagdá e nem tão pouco as lágrimas pelos que lá tombaram são mais puras que as que rolaram quando a foto do menino Aylan Kurdi se espalhou pela Internet.

E por isso mesmo não se pode relativizar nesses momentos. O choro pelas vítimas de Nice é justa. E a indignação pela França ter sido mais uma vez vítima de atentados é absolutamente compreensível.
atentado Nice
Engana-se quem imagina que o terrorismo aponta seus dedos sujos de sangue para a França apenas porque ela é aliada dos EUA.
Não é a França aliada de guerras insanas que está sendo atacada, mas a França das liberdades.
Quem ganha com atentados como esse não é a esquerda que se contrapõe ao neoliberalismo e ao corte dos direitos, mas a direita, à la Le Pen, que quer a expulsão de imigrantes e a força bruta contra as lutas sociais.
O atentado em Nice ataca o coração das liberdades, como todos os atentados e todas as guerras.
É disso que se trata. E por isso chorar por Nice não é tolinho, como alguns vão dizer por aí. É chorar pelos mortos, pela dor, mas também pelo mundo das liberdades que está cada dia mais perdendo a guerra simbólica.

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